Um acontecimento muito famoso, que ganhou destaque durante a pandemia, foi a morte de George Floyd, homem negro norte-americano vitima de violência policial na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, originando uma onda de manifestações de grupos anti-racismo ao redor do mundo e ganhando destaque nas redes sociais com a #blaclivesmatter.
É de conhecimento geral que o racismo é um problema preocupante, marcado por raízes históricas. Mas você sabia que o racismo está presente até nas questões ambientais? O termo racismo ambiental, sendo uma vertente do tema mais amplo chamado Injustiça Ambiental, tem como foco definir a forma que os danos ambientais gerados por atividades econômicas afetam de forma mais significante determinados grupos étnicos, em especial, aqueles racialmente excluídos das participações politicas e em situação de vulnerabilidade econômica e social. A primeira denúncia ocorreu na década de 80, quando moradores da comunidade negra de Warren Country, na Carolina do Norte, descobriram que o governo estadual tinha planos de instalar no local um aterro industrial de compostos altamente tóxicos com potenciais cancerígenos. Este acontecimento foi base para estudos que identificaram que a distribuição espacial dos depósitos de resíduos químicos perigosos, estavam sempre próximos a distribuição territorial de etnias pobres nos Estados Unidos.
No Brasil, a Justiça Ambiental é assegurada pela Constituição federal (1998) no Artigo 225, estabelecendo a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Mas sabemos que essa não é a realidade, comunidades tradicionais como quilombolas, indígenas, ribeirinhas e muitas outras, sofrem desproporcionalmente os malefícios causados pela poluição industrial, avanço do agronegócio e pelos processos de urbanização, que resultam na perda de territórios, contaminação de seus recursos e principalmente a perda cultural. É de extrema importância lembrar que o racismo ambiental pode acontecer de maneira não-intencional, mas que, de fato, a carência de apoio social e estatal, juntamente com as promessas de desenvolvimento e de possível suporte dessas populações, trazidas com a chegada de grandes empreendimentos, as tornam mais vulneráveis.
Há diversos casos de racismo ambiental no país, inclusive situados nas zonas costeiras. Na Ilha da Maré, localizada na Baía de Todos os Santos, desde a década de 50, a comunidade local, quilombola, é afetada com a chegada de complexos industriais na região e com a instalação do Porto de Aratu-Candeias, responsável por mais da metade de toda carga marítima no estado da Bahia, impactando significativamente a qualidade de vida dos moradores que sofrem com o lixo industrial e a contaminação química de sua fonte alimentar, oriundos do mar.
O debate sobre justiça ambiental, portanto, é de extrema importância na luta pela democracia, em busca do bem comum, garantindo os direitos de toda população de maneira igualitária. A equipe da IMar Júnior repudia qualquer tipo de preconceito e lutamos por um desenvolvimento sustentável que seja socialmente justo. Somos uma empresa jovem e engajada em gerar impacto positivo, a fim de reduzir as desigualdades do mundo contemporâneo.